Aluno do projeto "Caravana Calon" do CEEP Profª Felicidade de Jesus Magalhães ganha destaque no Jornal A Tarde.
A satisfação em realizar um projeto
Urias Costa Valois (entrevistado do Jornal A Tarde) |
Inserir as etnias ciganas nos
espaços escolares das redes pública e privada de Jacobina e região, a fim de
criar ambientes de discussões e debates sobre a história, as culturas e
tradições dos povos ciganos nas escolas. Este foi o princípio que norteou o estudante
Urias Valois, aluno do CEEP Gestão e Negócios, do Centro Baiano Professora
Felicidade de Jesus Magalhães, e jovem aprendiz da Torres Eólicas do Nordeste
(TEN), a criar, em parceria com os colegas Jean Carlos Rodrigues, Hanna Juciele
Gomes, Camila Senna, Luan Mota e Rayanne Barbosa, o projeto “Caravana Calon: a
inserção da cultura cigana nos espaços escolares de Jacobina e região”,
apresentado na Expo Milset BR 2015, em Fortaleza.
Para colocar o projeto em prática, Urias diz que, primeiro, é preciso ter um processo de formação e sensibilização dos docentes, para que sejam multiplicadores de uma visão mais positiva e menos estereotipada sobre os ciganos. Depois, será necessário produzir material ou suporte pedagógico
(cartilha, slides, vídeos, folhetos etc.) para auxiliar os professores em sala de aula. Além disso, o estudante destaca que será essencial que ele e os demais alunos pesquisadores, sob a supervisão das professoras-orientadoras Laudicéia Santos e Sabrina Lima, desenvolvam mesas-redondas, debates e oficinas com alunos dos ensinos Fundamental I/II e Médio/Técnico.
Para colocar o projeto em prática, Urias diz que, primeiro, é preciso ter um processo de formação e sensibilização dos docentes, para que sejam multiplicadores de uma visão mais positiva e menos estereotipada sobre os ciganos. Depois, será necessário produzir material ou suporte pedagógico
(cartilha, slides, vídeos, folhetos etc.) para auxiliar os professores em sala de aula. Além disso, o estudante destaca que será essencial que ele e os demais alunos pesquisadores, sob a supervisão das professoras-orientadoras Laudicéia Santos e Sabrina Lima, desenvolvam mesas-redondas, debates e oficinas com alunos dos ensinos Fundamental I/II e Médio/Técnico.
O objetivo é diagnosticar quais as visões que prevalecem sobre
os povos ciganos, para, posteriormente, com a intervenção do projeto, permitir
a construção de uma visão mais positiva, “enxergando-os como detentores de
crenças e valores milenares, apesar de todo o preconceito e perseguição, e que,
nesse sentido, são dignos de respeito e valorização em nossa sociedade local e
regional”.
“O nosso projeto de pesquisa é significativo pelo seu pioneirismo em nossa região, a respeito da pesquisa e divulgação da cultura cigana para alunos e professores das redes públicas e privadas. E, essencialmente, porque almejamos a inserção da cultura cigana nos espaços escolares e, em longo prazo, nos livros didáticos, assim como já existe, através da Lei 11.645/2008, para negros e indígenas. Queremos que os ciganos da etnia Calon de Jacobina sejam vistos como sujeitos de direitos e atuem como colaboradores na divulgação e valorização da sua história, culturas, valores e tradições”, afirma Urias, que hoje está com 18 anos e cursando o 4º ano do curso técnico em Comércio.
“O nosso projeto de pesquisa é significativo pelo seu pioneirismo em nossa região, a respeito da pesquisa e divulgação da cultura cigana para alunos e professores das redes públicas e privadas. E, essencialmente, porque almejamos a inserção da cultura cigana nos espaços escolares e, em longo prazo, nos livros didáticos, assim como já existe, através da Lei 11.645/2008, para negros e indígenas. Queremos que os ciganos da etnia Calon de Jacobina sejam vistos como sujeitos de direitos e atuem como colaboradores na divulgação e valorização da sua história, culturas, valores e tradições”, afirma Urias, que hoje está com 18 anos e cursando o 4º ano do curso técnico em Comércio.
Intervenções no colégio Eusébio de Queiroz.
Urias Valois, Hanna Juciele, Camila Senna, Sabrina Lima (Orientadora), Laudicéia Santos (Orientadora), Jean Carlos, Rayanne Barbosa e Luan Costa. |
INTERVENÇÕES
NOS COLÉGIOS GILBERTO DIAS MIRANDA E LUIZ
ALBERTO DOURADO DE CARVALHO
O interesse pelo tema surgiu
em 2012 quando ele e os colegas Jean, Hanna, Camila e Marcos Vinícius Martins
desenvolveram o projeto “Ciganos: Sujeitos de Direitos”, com o intuito de
extrapolar os muros da escola. Urias tinha percebido que havia “discriminação,
preconceito e desrespeito da sociedade com os povos ciganos”. A partir de 2014,
ele sentiu a necessidade de ampliar os horizontes da pesquisa e lutar pela
inserção da cultura cigana nos espaços escolares de Jacobina e região.
“O projeto nos possibilitou muitas conquistas,
dentre elas o 3º lugar na área de Ciências Humanas na III Feira de Ciências da
Bahia (FECIBA), em 2013, o 2º lugar na área de Ciências Humanas na Milset 2014
e credenciamentos para o Fórum de Santiago (Chile) e, na MILSET 2015, para a
Feira de Ciências e Tecnologia (FECITEC Girasoles), em Encarnación, no
Paraguai; e a aprovação em diversos eventos nacionais e internacionais, alguns
dos quais não pudemos ir por falta de verba. Sinto-me com o dever cumprido, já
que o projeto está tendo reconhecimento e tomando novas dimensões, além de
estar cada vez mais perto do seu objetivo, que é a inserção da cultura cigana nos
espaços escolares, e, quem sabe, nos livros didáticos”, comemora Urias. Para
ele, essas conquistas servem para que educadores e educandos entendam que é
possível desenvolver pesquisa científica na escola pública e que a Educação
pública pode, sim, ser de qualidade. “Ao promover a pesquisa científica na
escola, o Governo está contribuindo para que ocorram aprendizagens mais significativas e colaborando
com as dimensões sociais, assistenciais e locais. Nesta perspectiva, penso que
é possível evoluirmos no quesito Educação, se houver maiores investimentos,
valorização e reconhecimento”, complementa.
Credenciamento para FECITEC GIRASOLES-Paraguai conquistado na EXPO MILSET Brasil 2015. |
1º Lugar em Ciências Sociais na FECITEC GIRASOLES e credenciamento para AMLAT México 2016. |
A vontade de querer ser alguém que faz a diferença
no espaço local e que colabora para a vida de outros, principalmente dos
ciganos, estimulou Urias a aprender. Para ele, saber que o trabalho que está
desenvolvendo está colaborando para que uma minoria étnica (ciganos Calon) seja
conhecida e respeitada “dá uma sensação gostosa de luta e de
reconhecimento”. “Além disso, o projeto está me dando diversas possibilidades
para seguir em frente e está abrindo novas portas para meu futuro. Por isso,
concordo que sempre temos que superar os desafios e nunca desistir dos nossos
objetivos.
Agradeço às minhas orientadoras Laudicéia e Sabrina, aos meus colegas de pesquisa Camila, Jean, Hanna, Luan e Rayanne, que ficam muito orgulhosos e me dão muito apoio em tudo o que preciso, à comunidade cigana, que tem nos valorizado pelo trabalho que estamos desenvolvendo, e à minha família pelo apoio essencial”, agradece. E a mãe dele, Dona Dilza Aparecida Valois, não esconde a felicidade por estar ao lado do filho nos momentos das grandes conquistas de sua vida: “Fico muito contente por vê-lo feliz e por poder compartilhar essa alegria com ele”.
Urias adianta que seu próximo passo, depois da conclusão do Ensino Médio integrado ao Técnico, será investir tempo e estudo em uma faculdade de Direito.
Agradeço às minhas orientadoras Laudicéia e Sabrina, aos meus colegas de pesquisa Camila, Jean, Hanna, Luan e Rayanne, que ficam muito orgulhosos e me dão muito apoio em tudo o que preciso, à comunidade cigana, que tem nos valorizado pelo trabalho que estamos desenvolvendo, e à minha família pelo apoio essencial”, agradece. E a mãe dele, Dona Dilza Aparecida Valois, não esconde a felicidade por estar ao lado do filho nos momentos das grandes conquistas de sua vida: “Fico muito contente por vê-lo feliz e por poder compartilhar essa alegria com ele”.
Urias adianta que seu próximo passo, depois da conclusão do Ensino Médio integrado ao Técnico, será investir tempo e estudo em uma faculdade de Direito.
Editado do site:
http://educarparatransformar.atarde.com.br/case/a-satisfacao-em-realizar-um-projeto