sábado, 24 de outubro de 2015

Urias Costa Valois ganha destaque no Jornal A Tarde.



Aluno do projeto "Caravana Calon" do CEEP Profª Felicidade de Jesus Magalhães ganha destaque no Jornal A Tarde.
A satisfação em realizar um projeto
Urias Costa Valois (entrevistado do Jornal A Tarde)

Inserir as etnias ciganas nos espaços escolares das redes pública e privada de Jacobina e região, a fim de criar ambientes de discussões e debates sobre a história, as culturas e tradições dos povos ciganos nas escolas. Este foi o princípio que norteou o estudante Urias Valois, aluno do CEEP Gestão e Negócios, do Centro Baiano Professora Felicidade de Jesus Magalhães, e jovem aprendiz da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), a criar, em parceria com os colegas Jean Carlos Rodrigues, Hanna Juciele Gomes, Camila Senna, Luan Mota e Rayanne Barbosa, o projeto “Caravana Calon: a inserção da cultura cigana nos espaços escolares de Jacobina e região”, apresentado na Expo Milset BR 2015, em Fortaleza. 

Para colocar o projeto em prática, Urias diz que, primeiro, é preciso ter um processo de formação e sensibilização dos docentes, para que sejam multiplicadores de uma visão mais positiva e menos estereotipada sobre os ciganos. Depois, será necessário produzir material ou suporte pedagógico 
(cartilha, slides, vídeos, folhetos etc.) para auxiliar os professores em sala de aula. Além disso, o estudante destaca que será essencial que ele e os demais alunos pesquisadores, sob a supervisão das professoras-orientadoras Laudicéia Santos e Sabrina Lima, desenvolvam mesas-redondas, debates e oficinas com alunos dos ensinos Fundamental I/II e Médio/Técnico. 
O objetivo é diagnosticar quais as visões que prevalecem sobre os povos ciganos, para, posteriormente, com a intervenção do projeto, permitir a construção de uma visão mais positiva, “enxergando-os como detentores de crenças e valores milenares, apesar de todo o preconceito e perseguição, e que, nesse sentido, são dignos de respeito e valorização em nossa sociedade local e regional”. 

“O nosso projeto de pesquisa é significativo pelo seu pioneirismo em nossa região, a respeito da pesquisa e divulgação da cultura cigana para alunos e professores das redes públicas e privadas. E, essencialmente, porque almejamos a inserção da cultura cigana nos espaços escolares e, em longo prazo, nos livros didáticos, assim como já existe, através da Lei 11.645/2008, para negros e indígenas. Queremos que os ciganos da etnia Calon de Jacobina sejam vistos como sujeitos de direitos e atuem como colaboradores na divulgação e valorização da sua história, culturas, valores e tradições”, afirma Urias, que hoje está com 18 anos e cursando o 4º ano do curso técnico em Comércio.

Intervenções no colégio Eusébio de Queiroz

Urias Valois, Hanna Juciele, Camila Senna, Sabrina Lima (Orientadora), Laudicéia Santos (Orientadora), Jean Carlos, Rayanne Barbosa e Luan Costa.

























INTERVENÇÕES NOS COLÉGIOS GILBERTO DIAS MIRANDA E LUIZ ALBERTO DOURADO DE CARVALHO
 









O interesse pelo tema surgiu em 2012 quando ele e os colegas Jean, Hanna, Camila e Marcos Vinícius Martins desenvolveram o projeto “Ciganos: Sujeitos de Direitos”, com o intuito de extrapolar os muros da escola. Urias tinha percebido que havia “discriminação, preconceito e desrespeito da sociedade com os povos ciganos”. A partir de 2014, ele sentiu a necessidade de ampliar os horizontes da pesquisa e lutar pela inserção da cultura cigana nos espaços escolares de Jacobina e região. 

“O projeto nos possibilitou muitas conquistas, dentre elas o 3º lugar na área de Ciências Humanas na III Feira de Ciências da Bahia (FECIBA), em 2013, o 2º lugar na área de Ciências Humanas na Milset 2014 e credenciamentos para o Fórum de Santiago (Chile) e, na MILSET 2015, para a Feira de Ciências e Tecnologia (FECITEC Girasoles), em Encarnación, no Paraguai; e a aprovação em diversos eventos nacionais e internacionais, alguns dos quais não pudemos ir por falta de verba. Sinto-me com o dever cumprido, já que o projeto está tendo reconhecimento e tomando novas dimensões, além de estar cada vez mais perto do seu objetivo, que é a inserção da cultura cigana nos espaços escolares, e, quem sabe, nos livros didáticos”, comemora Urias. Para ele, essas conquistas servem para que educadores e educandos entendam que é possível desenvolver pesquisa científica na escola pública e que a Educação pública pode, sim, ser de qualidade. “Ao promover a pesquisa científica na escola, o Governo está contribuindo para que ocorram aprendizagens mais significativas e colaborando com as dimensões sociais, assistenciais e locais. Nesta perspectiva, penso que é possível evoluirmos no quesito Educação, se houver maiores investimentos, valorização e reconhecimento”, complementa. 

Credenciamento para FECITEC GIRASOLES-Paraguai conquistado na EXPO MILSET Brasil 2015.

1º Lugar em Ciências Sociais na FECITEC GIRASOLES e credenciamento para AMLAT México 2016.

 A vontade de querer ser alguém que faz a diferença no espaço local e que colabora para a vida de outros, principalmente dos ciganos, estimulou Urias a aprender. Para ele, saber que o trabalho que está desenvolvendo está colaborando para que uma minoria étnica (ciganos Calon) seja conhecida e respeitada “dá uma sensação gostosa de luta e de reconhecimento”. “Além disso, o projeto está me dando diversas possibilidades para seguir em frente e está abrindo novas portas para meu futuro. Por isso, concordo que sempre temos que superar os desafios e nunca desistir dos nossos objetivos. 

Agradeço às minhas orientadoras Laudicéia e Sabrina, aos meus colegas de pesquisa Camila, Jean, Hanna, Luan e Rayanne, que ficam muito orgulhosos e me dão muito apoio em tudo o que preciso, à comunidade cigana, que tem nos valorizado pelo trabalho que estamos desenvolvendo, e à minha família pelo apoio essencial”, agradece. E a mãe dele, Dona Dilza Aparecida Valois, não esconde a felicidade por estar ao lado do filho nos momentos das grandes conquistas de sua vida: “Fico muito contente por vê-lo feliz e por poder compartilhar essa alegria com ele”.

Urias adianta que seu próximo passo, depois da conclusão do Ensino Médio integrado ao Técnico, será investir tempo e estudo em uma faculdade de Direito.

Editado do site:
http://educarparatransformar.atarde.com.br/case/a-satisfacao-em-realizar-um-projeto


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